O que falta dizer em Prudente 3i133u

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OPINIÃO - Helber Henrique Guedes 4t6rl

Data 07/06/2025
Horário 05:00

Na última semana, São José do Rio Preto recebeu o VII Encontro de Cultura da Unesp (Universidade Estadual Paulista), reunindo representações dos Comitê de Ação Cultura de todas as 34 unidades da universidade. Foi mais que um evento institucional: foi um verdadeiro cruzamento de experiências culturais, políticas e afetivas. Ali, corpos historicamente silenciados tomaram a palavra — e a palavra virou ação.
O jornalista, biógrafo, crítico literário e pesquisador, Tom Farias, é uma das principais referências na literatura afro-brasileira contemporânea, ao apresentar um panorama da literatura afro-brasileira, foi direto ao ponto: o apagamento não é acidente, é projeto. A cultura negra no Brasil é aceita quando “folclorizada” — o samba, a congada, a oralidade — mas recusada como arte letrada, como intelectualidade. Esse discurso ecoa em muitas cidades do interior paulista, inclusive na nossa.
Na sequência, a artista e transfóloga, Renata Carvalho, fez da sua fala uma travessia potente. Reivindicou o direito de ser mais que dor, mais que estigma: ser possibilidade. Criticou a prática comum de cisgêneros interpretando personagens trans, e propôs um novo pacto com a arte: que sejamos capazes de sonhar narrativas positivas com corpos que sempre foram marginalizados pela linguagem, pela estética e pela política.
Essas falas me acompanharam de volta à minha cidade, Presidente Prudente, onde também respiro e atuo na cena cultural. E me pergunto: quantas Renatas, quantos Toms, quantas vozes estão aqui — mas sem palco, sem microfone, sem edital, sem espaço nas decisões culturais?
Temos uma produção artística, que resiste nas praças, nas escolas, nas periferias, nos saraus e nos grupos independentes. Mas ainda nos faltam políticas públicas que acolham a diversidade real da população prudentina. Ainda vemos editais que não chegam para todas as pessoas. Ainda há poucos negros em posições de direção cultural. Pouquíssimos artistas trans ou indígenas inseridos no circuito oficial. Não por falta de talento, mas por falta de o.
O que o Encontro de Cultura da Unesp nos mostra é que a universidade pode ser palco de transformação quando abre escuta, quando permite que a cultura saia do gueto da ornamentação e entre no centro da política pública. Essa é uma lição que precisa ecoar aqui.
Se a arte pode tudo — como bem disse Renata — então a pergunta é: quem está podendo fazer arte em Prudente? E por quê?
Repensar isso não é só urgente. É um dever ético com o presente e com o futuro da cidade que queremos.

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