Sobre esperança, mobilização e democracia 61z21

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OPINIÃO - Helber Henrique Guedes 4t6rl

Data 14/06/2025
Horário 04:30

Na última quarta-feira, a Câmara Municipal de Presidente Prudente viveu uma noite diferente. Histórias diversas ocuparam aquele espaço para debater não apenas a situação do atual Conselho Municipal de Políticas Culturais, mas também — e talvez principalmente — o futuro da política cultural na cidade. 
A classe artística prudentina não está apenas inquieta. Está desperta. Há meses, agentes culturais das mais variadas áreas vêm se reunindo, trocando ideias, documentos, indignações e propostas. Um movimento que cresce como uma árvore: enraizado na dor de não ser ouvido, mas também estendendo galhos de diálogo, articulação e sonho.
E foi assim que chegamos a esse momento de virada. A reunião pública, provocada por um manifesto coletivo, expôs fragilidades institucionais, processos falsos, exclusões sistemáticas e denúncias sérias. Mas não parou por aí. Com a mesma intensidade, ali também foram lançadas sementes: propostas concretas, pedidos de revisão do regimento, da legislação, criação do Plano Municipal de Cultura, regulamentação do fundo e — acima de tudo — um novo modelo de participação.
Além disso, é fundamental reconhecer a abertura institucional demonstrada pela Câmara Municipal de Presidente Prudente. A presença ativa da vereadora Sara Elícia Santos Lopes, presidente da Comissão de Cultura, e do vereador William César Leite, presidente da Câmara, indicam que há disposição política para o diálogo. Esse gesto não apenas legitima a pauta cultural como amplia o alcance e a potência do nosso movimento. Quando o poder público se coloca ao lado da sociedade civil, escutando, refletindo e se abrindo ao debate, criamos uma oportunidade real de transformação. É nesse tipo de parceria que a cultura pode, de fato, florescer.
E é justamente neste ponto que vale refletir mais amplamente. O que está em jogo, afinal, vai além de uma estrutura istrativa ou de um conselho que funcione. O que está em disputa é o lugar da cultura na vida pública, na formação das consciências, no fortalecimento da democracia.
Na mesa “Guerra Cultural”, realizada durante o Encontro de Cultura da Unesp, o professor João Cezar trouxe uma chave importante para pensar esse momento: estamos vivendo, no Brasil e no mundo, uma ofensiva organizada da extrema-direita que utiliza a cultura como campo de batalha. Não se trata apenas de ignorância ou desmonte acidental. Trata-se de um projeto político — articulado, intencional — que busca desacreditar artistas, professores, produtores culturais, universidades e movimentos sociais. Um projeto que transforma a cultura e a educação em inimigas públicas, alvos a serem minados por dentro.
Diante disso, fortalecer espaços culturais, garantir políticas públicas, fomentar diversidade e ampliar o o à produção artística são formas de resistência. O que estamos construindo em Prudente se conecta com esse enfrentamento. 
Sim, há cansaço. Mas há, sobretudo, esperança.
Esperança de que esse movimento que começou com algumas reuniões num ciclo cultural, depois virou manifesto, audiência, e agora ocupa o debate público, não pare mais. Que ele vire política pública, plano de gestão, lei. Que vire prática.
Porque a arte — essa que pulsa nas praças, nos galpões, nas bibliotecas e nas ruas — quer apenas o que lhe é de direito: existir com dignidade.
E se a cultura é uma árvore, como dizem, ela cresce onde há chão fértil. Que Prudente se torne, enfim, esse solo.
 

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